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Domingo

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Domingo tranquilo feito soneto Inesperado feito Drummond Avexado Suassuna Urgente feito Clarice  Gente como Bandeira. Um domingo afiado como Machado, Com pitaco de Veríssimo. Um domingo Sabino, véspera de uma segunda Fonseca. Ralúsia Nunes 28/12/2020 Oração Deus nos proteja de nós mesmos. Dos pensamentos que temos, dos turbilhões de sentidos sem sentido. Deus me proteja da sentinela do ódio. Deus me ajude a ser rocha.  Deus me dê forças para que possa. Deus me faça abrigo. Mesmo que no momento o medo me apossa.  Que Deus possa me fazer resposta. Ralúsia Nunes 18/04/2021

Sexta feira fria.

Minha Poesia Com ou sem contentamento. Com pressa, com calma. Há quem em linhas me peça alma Peça do corpo que parte e pausa. Aflige, aperta, joga no mato do mar em brasa. Sou de mim uma parcela de desespero, desaponto e desapego. Me jogo de alturas e eu mesma me carrego. Não suporto -ha quem suporte? Está pressão de poetizar o que nem sei se entrego? Ralúsia Nunes 02/03/2019 Sentir Sinto mais que deveria -Tudo que podia Sinto medo -Por isso o tormento Sinto o mundo Tua luz -E nela meu contentamento Clareia minha vida Nessa viagem ao som de tua voz -Será miragem? Qual será a arte dessa vida que nos cerca? Que mistério te desperta e desespera? -Qual viagem nos espera? Teus pés trilham meu caminho -Minh´alma teu ninho? Faz de mim morada pros teus sonhos -Como já fiz Ralúsia Nunes 02/03/2019

Bem leve

Existem músicas e poesias, que fazem coçar minhas mãos. Fico entre o papel e o teclado. Com um misto de ansiedade e vontade. Presa em devaneios que me libertam. Entre sonhos e suspiros em uma loucura solida. Que me perturba e me mantém lúcida. -Dali, da beira, uma palavra cai no chão- Recolho e corro para o papel. -Bem leve- aproveitando em quanto ainda esta na pele. Antes que se perca entre os dedos, entre o tempo, entre reticencias. Aproveito em quanto o papel me revela maneiras de não matar meus sonhos. Esta folha, que muitos enxergam seca, sempre esteve embebida por meus sonhos. Toda uma vida presenciou lágrimas de riso e pranto. -Mera, mera- é palavra que reluz meus sonhos. -uma palavra de madeira cai no chão-  Pesada como a realidade de  obrigações que abracei e luto para seguir e suportar. Lutando para que a realidade que me obrigo não me sufoque. Palavras são a realidade que me mantém segura. O tempo que me privo desse prazer, me mata a alma. -Caixão, dessa maneira-

Por mim, tentei.

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A vontade de escrever é maior que a inspiração que não tenho. Me forço, me esforço. Mesmo assim não me vem um foco. Tento falar de amor, tente falar de dor. Tentei falar do susto de outrora, nem um assunto me toma.  Tentei me domar, criar vontade. Inventar uma estranha vaidade. Preciso treinar poesia, esta é a verdade. Me deram uma técnica, uma métrica.  Não consigo seguir esta poética. Não me force que nada sai. Minha poesia é livre pra ir onde sei que ninguém vai. Tentei mentir sentimento, como poeta fingidor. Mas a rima que sai de mim é honesta. Não sei fingir dor. Rima métrica, treplica brincando co a poética, ética e dialética. Não sei fazer este misto de rimas ricas, grandes, cheias de versos eclética. Tentei e já nem sei se consegui. Minha mão já dói nesse martírio de criar Sem saber do assunto, sem saber o que no mundo ha de se rimar. Tentei e assim se esgota, cada gota de mim que nesta pena, por hoje, brota. Ralúsia Nunes 14/11/201

Para Sempre Confesso

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Chega um momento em que a insegurança chega me arrasta e me arrasa. Me mostra o quanto sou torta e que minha vida  é rasa. Chega um momento em que a hora chega é chegada a hora do tempo e nada mais além de te me arrasta. Me doma, me domina de graça.  Me deixa sem graça, em pele de alma, em carne crua me tem e acha graça. É meu troféu e sou teu premio. Tudo que pedi Deus, maior empenho. Minha vida na tua mão, meu destino lançado a ti. Deus traçou meu caminho nas tuas mãos, amor de alma, amigo e irmão. Amor de pele, de letra e poesia. Me acostumei a tua companhia. Musica pro meu ouvido, tua voz todo dia.  Não me prive desse deleite, do prazer de um bom dia. Inspiração pra mim, desde o primeiro dia. Hoje já confesso, antes reprimia.  Hoje te grito ao vento, amor, minha melhor fantasia. Do busão lotado, ao banco da escola. Nos perdemos nesse abraço, a noite a lua nos olha. Um pastel, uma pizza, uma esfirra. Um beijo, uma lagrima, uma briga. Amor esc

Sobre mim

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Falar de mim? É complicado. acordo o dia, passo a tarde, Faculdade, estagio trabalho. Pressa, correria, faculdade. Peço calma: -não tenho idade. No ônibus vou pensando Queimo sonhos e planos. planejo, penso e esqueço. Futuro a dois agora ou quando? Nem so velha, nem tenho idade. Tantos sonhos e planos. Tantos contos nessa cidade Planos, contos, conta na idade. Corro mundo, o mundo e eu morro. corro na vida e vivo o jogo. Faço meu jogo, correndo no mundo. vivo meu mundo correndo meu jogo. poesia é exercício e da trabalho. exercita o corpo e a alma. meu orgulho e minha vaidade Para ela, não tenho idade. Se rica a vida, pobre a rima. Rima pobre, vida rica. exercito a quantidade. dos versos escritos, dos primeiros sinto saudade. versos longos não dizem qualidade versos tem que ser ditos com verdade. Fazer poesia porque me pedia. Deu-me os versos... Maneira estranha de rimar, confesso. Ralúsia 2016

Mundo Lilás

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Esse mundo pedido pedindo marcha, marchando pela vida e contra ela. Vida que segue suja de sangue, nas suas mãos, o  sangue dela. Vale menos que a morte que a segue, que sente e subverte. Sangue de gente, vale menos que vela. Sangue de mulher se derrama em mesas, em macas, na mansão e na favela. Sangue de mulher é sangue de luta. De cultura e resistência.  Derruba muro, derrama sangue nessa e outra vida reinventa. Vida feminina, bandida resistência.  Limita o sonho a uma boneca, fogão e se resiste é demência. Sou grata as margaridas, as vadias e as que marcham. De lilás pintam o mundo, resistindo a cultura de macho. Poesia é resistência, deve ser feminista, deve ser fêmea. Em mundo machista, ser mulher é luta, é sangue e quebrar corrente. Sou mulher, sou fera. sou bicho e sou feroz.  E pra macho não me calo, vão ter que engolir minha voz. Ralúsia Nunes 09/11/2016