Por mim, tentei.
A vontade de escrever é maior que a inspiração que não tenho. Me forço, me esforço.
Mesmo assim não me vem um foco.
Tento falar de amor, tente falar de dor. Tentei falar do susto de outrora, nem um assunto me toma.
Tentei me domar, criar vontade. Inventar uma estranha vaidade.
Preciso treinar poesia, esta é a verdade.
Me deram uma técnica, uma métrica.
Não consigo seguir esta poética.
Não me force que nada sai.
Minha poesia é livre pra ir onde sei que ninguém vai.
Tentei mentir sentimento, como poeta fingidor.
Mas a rima que sai de mim é honesta. Não sei fingir dor.
Rima métrica, treplica brincando co a poética, ética e dialética.
Não sei fazer este misto de rimas ricas, grandes, cheias de versos eclética.
Tentei e já nem sei se consegui. Minha mão já dói nesse martírio de criar
Sem saber do assunto, sem saber o que no mundo ha de se rimar.
Tentei e assim se esgota, cada gota de mim que nesta pena, por hoje, brota.
Ralúsia Nunes
14/11/2016
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